segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Manuel de Almeida cantando o Fado Antigo

 
 
 
 
Letra: Manuel de Almeida / Música: Popular (Fado Corrido)
Meu velho fado corrido
Se foste dos mais bairristas
Porque te mostras esquecido
Na garganta dos fadistas

Explicou-me um velho amigo
Como o fado era tratado
Tinha graça o fado antigo 
 Da forma que era cantado

Um ramo de loiro à porta 
 Indicava uma taberna
À noite era uma lanterna 
 Com sua luz quase morta

Sobre os cascos da vinhaça 
 Deitada em forma bizarra
Estava sempre uma guitarra
Para servir de negaça;O canjirão da murraça 
 De tosco barro vidrado
Andava sempre colado 
 Aos copos, pelo balcão
E era assim nesta função
Como o fado era cantado

Se aparecia um tocador
 Às vezes até zaranza
Pedia ao tasqueiro a banza 
 Para mostrar seu valor;
Logo havia um cantador 
 Dando um tom de certo perigo
Provocava o inimigo
No cantar à desgarrada
Até às vezes, com lambada 
 Tinha graça o fado antigo

Pouco tempo decorrido
Cheia a taberna se via
P’ra escutar a cantoria 
 Ao som do fado corrido;
Todos prestavam sentido 
 Quando alguém cantava o fado
O tocar era arrastado 
 O estilo dava a garganta
Hoje pouca gente o canta 
 Da forma que era cantado

Escutei com atenção 
 Um cantador do passado
E a sua linda canção 
 Prendeu-me p’ra sempre, ao fado

Por muito que se disser 
 O fado é canção bairrista
Não é fadista quem quer 
 Mas sim quem nasceu fadista

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